29 novembro 2010

Poesias de Guibson Medeiros

Aquela mulher
(Guibson Medeiros)


Estou sempre elegante
disponível pra você
cada noite um amanta
cada dia outro prazer
tanta estória irrelevante
paga o preço pra viver

Tantas vezes criticada
tantas vezes excluída
as vezes elogiada
as vezes só despedida
nem sempre se vê amada
nem sempre se vê sofrida

O meu corpo tem um preço
o meu preço tem valor
vou em qualquer endereço
seja ele aonde for
se pagar o que mereço
posso até te dar amor.



Conselho

(Guibson Medeiros)

Sai dessa companheiro
isso não é diversão
esse mundo é traiçoeiro
é caminho pra solidão
faz divisa com o inferno
o prazer só é eterno
se vier do coração

Tua luz tá se apagando
e você que é tão esperto
vê o tempo se fechando
e não sai desse deserto
pra curar a tua ferida
te trazer de volta a vida
tem que ter Jesus por perto

Se tá certo ou errado
se tem medo ou razão
só não pode olhar de lado
pra mudar de opinião
se a vingança for servida
surgi uma bala perdida
pra te achar na escuridão

Tem polícia e tem melícia
tem malícia e tem poder
tem o sangue derramado
na luxúria do prazer.



As mentiras de Joaquim de Bento

(Guibson Medeiros)

Cumpade Joaquim de Bento
que trouxe tanta alegria
estória e conhecimento
mentira e sabedoria
conhecido na cidade
pelo jeito caipira
por contar seriedade
na verdade da mentira

De manhã já bem cedinho
seu Joaquim chegou cansado
dizendo que seu burrinho
só anda meio apressado
veio num pique arretado
regado pela espora
na garupa com a patroa
e de Recifa a João pessoa
num tirou nem uma hora.

No sertão de cajazeiras
naquela noite tão fria
o vento nas bananeiras
chega os dente batia
as telha já sacudia
e começou a nevar
e chegou Toin de Matos
dizendo que lá em patos
dava até pra esquiar.

No sítio de Bastiana
lá pras bandas de galante
tem um pé de cajarana
que só dá cajá gigante
pra crescer é num instante
que não dura nem um dia
chega o pé fica deitado
e quando nasce atrofiado
empata com a melância.

Já era de tardezinha
me mandei pro quebramar
coloquei o anzol na linha
e comecei a pescar
quando senti beliscar
me assustei com aquilo
quando puxei da maré
era um baita dum saberé
com mais de duzentos quilo.

A tarde já tá no fim
a moçada já se arretira
e o cumpade Joaquim
num contou uma só mentira
é que eu vim de Guarabira
nesse jumento sizudo
vim triste pelo caminho
que a peste do passarinho
voôu com gaiola e tudo.






0 comentários:

Postar um comentário

Regras:
- O comentário precisa ter relação com o assunto;
- Para propostas de parcerias ou respostas sobre esse assunto, favor usar o Formulário de Contato.