29 maio 2011

Poesias de Guibson Medeiros

SANSÃO E DALILA
(Guibson Medeiros) 

ESCOLHIDO PELO SENHOR
COMO UM SERVO FIEL
LIBERTOU O POVO DE ISRAEL
DO FELISTEU ARRASADOR
O GUERREIRO LUTADOR
SENTIU SANGRAR O CORAÇÃO
PELAS MÃOS QUE ACARECIA
DALILA DESCOBRERIA
O SEGREDO DE SANSÃO

A BOCA QUE TE DELATA
E A MÃO QUE TE AFAGOU
O TEU DESTINO SELOU
COMO A ESTÓRIA RELATA
FORAM MIL E CEM PRATAS
O PREÇO DESTA PAIXÃO
EM FORMA DE GARANTIA
DALILA DESCOBRERIA
O SEGREDO DE SANSÃO

MOVIDO PELO AMOR
NO COLO DA CONFIANÇA
E DALILA ENTÃO ALCANÇA
SEM REMORÇO NEM PUDOR
NASCE O MOMENTO DA DOR
NAS RAIZES DA TRAIÇÃO
TODO MAL ACONTECIA
DALILA DESCOBRERIA
O SEGREDO DE SANSÃO

COMEÇAVA O PESADELO
TAMBÉM O ARREPENDIMENTO
QUEM FERIU O SENTIMENTO
PELO AMOR NÃO TEVE ZELO
DESCOBRIU QUE NO CABELO
ESTAVA A FORÇA DO DRAGÃO
QUE SEU FOGO APAGARIA
DALILA DESCOBRERIA
O SEGREDO DE SANSÃO

SUA FORÇA DESCOMUNAL
DE NADA TERIA MEDO
MAS A CHAVE DO SEGREDO
TEVE UM DESFECHO FATAL
O PERFUME ANGELICAL
E O PODER DA SEDUÇÃO
E SANSÃO SE ENCANTARIA
DALILA DESCOBRERIA
O SEGREDO DE SANSÃO

COM OS OLHOS PERFURADOS
A FORÇA DESAPARECEU
AO DOMÍNIO FELISTEU
SANSÃO FOI ACORRENTADO
COM BRONZE FOI ALGEMADO
FOI ALVO DE GOZAÇÃO
DA MULTIDÃO QUE SORRIA
DALILA DESCOBRERIA
O SEGREDO DE SANSÃO

AO SORRISO DOS MILHARES
O NAZARENO TEVE EM VIDA
TODA FORÇA DEVOLVIDA
SEM HAVER PRELIMINARES
ARRASTOU OS DOIS PILARES
BESE DE SUSTENTAÇÃO
DO TEMPLO QUE CAIRIA
DALILA DESCOBRERIA
O SEGREDO DE SANSÃO



Pedofilia
(Guibson Medeiros)

Sinto o cheiro da bebida
Eu tinha apenas nove anos
Começava a fazer planos
Para o belo início de vida
Mas ela foi invadida
Por mãos sujas e grosseiras
De um mostro inconsequente
Que roubou dessa inocente
A razão pras brincadeiras

Agora já   fiz quarenta
Tenho filhos sou bem casada
Mas a alma foi manchada
Naquela tarde sangrenta
Onde todo sonho arrebenta
E a ferida é um mal presente
O carinho da familia une
Mas ele ficou impune
Pra invadir outra inocente.

Homofóbicos
(Guibson Medeiros)

Não passa de hipocrisia
essa atitude banal
você que se dizia
ser um ser social
se esconde na homofobia
pra se mostrar marginal

Quanta discriminação
com o fato que aconteceu
quem procurou a educação
no recanto se encolheu
queria ver a sua ação
se esse filho fosse seu

Quem planta supremacia
com atos tão desumano
agi de covardia
com ares de soberano
criando a homofobia
pra ferir o ser humano.

Sertanejo
(Guibson Medeiros)

Cavalguei pelo cerrado
usei o meu gibão  de couro
trouxe no laço o touro
pra prender neste cercado
fui tangendo o boi malhado
galopando no alazão
Zé peão abre a porteira
que hoje a vaca leiteira
vai nutri todo sertão

A  tarde vai ficar serena
me arrasto no cansaço
mas só penso no abraço
da minha doce pequena
e a melhor parte da cena
da vida de un sertanejo
é o coração arder em brasa
e ele voltando pra casa
pra matar tanto desejo.

A luz
(Guibson Medeiros)

Que luz é essa
Que alimenta o amor
Que remove as montanhas
Que alivia a dor
Que enxuga as tuas lágrimas
Que te faz vencedor

Que força é essa
Que separa as indiferenças
Que uni as crenças
Do rico e do pobre
Do plebeu e do nobre

Que energia é essa
Que vem da divindade
Que não importa a idade
Que ocupa o espaço
Simplesmente um abraço
Conforta a humanidade.



Cumade Fulôzinha
(Guibson Medeiros)

Na cidade de cabedelo
Existe uma mata fechada
Dizem que é mal assombrada
Se entrar é bom ter zelo
Se  bagunçar não tem apelo
E se ouvir uma risadinha
Corra que vai ser pior
E  o assobio de um cipó
É da cumade fulôzinha

Vive escondida na  mata
Esperando oferenda
Me disseram que era lenda
Mas isso ninguém constata
Quem vai lá não desacata
Que da mata ela é rainha
Vá num dia de domingo
Vê a fumaça do cachimbo
Da cumade fulôzinha

Dizem que tem catatumba
E eu fui pra comprovar
Ouvi um som ecoar
Parecido de zabumba
Um terreiro de macumba
E pena preta de galinha
Uns bonecos de vudu
Em cima de um pé de caju
A cumade fulôzinha

Pode fazer uma visita
Mas é bom não ir sozinho
Vá pelo jardim manguinho
Que essa mata é esquisita
Tem gente que acredita
Que a cumade é bem velhinha
Mas que não sente remoços
Dona da mata dos poços
É a cumade fulôzinha.


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