O Rei do Baião nasceu em uma sexta-feira, 13 de dezembro de 1912, na cidade de Exu, no interior de Pernambuco. Como todo mundo sabe, Luiz Gonzaga foi o principal divulgador do baião para o Brasil e para o mundo. Sua importância não tem como ser medida, não há palavras que dêem a dimensão do que significou Luiz Gonzaga para a música brasileira.
Esse disco, de 1968, foi lançado no ano em que Luiz Gonzaga passou a ser reverenciado pelos jovens compositores e intérpretes da música brasileira, dentre os quais Gilberto Gil e Caetano Veloso. Pelo grande prestígio que dispunham estes artistas, principalmente entre as elites brasileiras, tal divulgação foi muito importante para universalizar a música de Luiz Gonzaga. Nesse disco, ele gravou músicas de cunho místico e espiritual, a maioria de outros compositores. Reparem nas letras, e terão uma idéia de como o povo nordestino lida com a espiritualidade. Tem até uma ode ao jumento (Jumento Nosso Irmão), essa sim, de autoria do Luiz Gonzaga, enaltecendo esse animal tão típico do sertão nordestino. E se ele quis louvar o que é sagrado, ele mostra que dançar, para o povo nordestino, é mais do que sagrado, porque o disco é forró para ninguém botar defeito.
LUIZ GONZAGA O SANFONEIRO DO POVO DE DEUS
Lado A
1- Beata mocinha (Manezinho Araújo – José Renato)
2- O jumento é nosso irmão (Luiz Gonzaga – José Clementino)
3- Ave Maria sertaneja (Julio Ricardo – O. de Oliveira)
4- Meu Pageú (Luiz Gonzaga – Raymundo Granjeiro).
5- Baião da penha/Viva o rei (David Nasser – Guio de Moraes/José Amâncio – Zé Gonzaga)
Lado B
1- Louvação a João XXIII (Nertan Macedo – Monsenhor morão)
2- Rainha do mundo (Ary Monteiro – Julio Ricardo)
3- Padroeira do Brasil (Luiz Gonzaga – Raymundo Granjeiro).
4- Padre sertanejo (Pantaleão – Helena Gonzaga)
5- Bença Mãe (Bob Nelson)
6- Boiadeiro (Armando Cavacalnte – Klecius Caldas)
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Fonte: Acervo Origens
Aviso importante: esta NÃO É a capa original de "O sanfoneiro do povo de Deus". A original é vermelha, mostrando a foto de uma igreja e a relação das músicas embaixo. Foi gravado no final de 1967 e saiu no comecinho de 68. Aliás, foi nesse ano que Gonzagão reapareceu com tudo no Sul do país (pois no Nordeste ele nunca perdeu cartaz, nem mesmo depois de partir para a eternidade), graças a um espertíssimo boato plantado por Carlos Imperial, segundo o qual os Beatles, quarteto britânico considerado a maior banda de rock de todos os tempos, iriam gravar "Asa branca"... O próprio Gonzagão disse brincando, numa entrevista, que, pelos Beatles não terem gravado "Asa branca", ele mandou acabar com a banda e eles nuca mais cantaram juntos. Bom humor esse do grande Luiz Gonzaga, hein?
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