Tava espiando a saída do cinema no Shopping quando arreparei numa zoada arretada de bate-estaca, bem no meio do salão. O supetão do papoco quase me deixa mouco da ôiça!
Era um mói de bacorinho a migué, em roda de dois caboclos pinotando, amontados num bregueço arrochado de rebolar e pelejando em riba do alumiar de umas lâmpadas (no mesmo ritmo do bate-estaca).
E a cambada avexada pastorava pra os camaradas desembestarem o carqueado troncho, amolegando o quarto com o mesmo pantim remoso da embolada filha da égua.
Tudo azougado, se lascando de gritar “iuhuuu!” e “ieee!”, sem estilar dapresepada. Com o braço rabiscado, a calça folote, rôta e arreada até o começo da taioba, aparecendo o osso do mucumbuco e o rego do botico. Um piucing apendurado na venta (feito catota), o ôio borrado (feito remela), um brinco emperiquitado na urêia (feito ceroto) e, pra inteirar, o cabelo esturricado com goma arábica encarnada.
Era tudo abilolado por gibi e fita japonesa. A gente só avistava era câmera digital de tirar retrato, molecular aprumado e o escambau. Um perguntando pro outro: “E pode?”, “e pode?”. E eu sei se pode, peste!
Mas caviloso mesmo era o leriado. Uma palavrada estrangeira desgramada, engembrada com essa fala torada de computador. Todo mundo esprivitado, caçoando pra lascar de um tal de “Micro” que deu um pau da moléstia do cachorro.
Ói, esse tamborete de zona bexiguento deve de ser um cabra muito do safado!
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