22 setembro 2008

O Diabo Nordestino


Imagine só, comecinho da semana, plena segunda-feira e eu escolho logo um tema com cheiro de enxofre... Vai de retro! Que Deus me proteja!

0 Deus e o Diabo dos brancos chegaram ao Nordeste nas caravelas de Pedro Álvares Cabral. Enquanto Frei Henrique de Coimbra plantava a cruz da Fé celebrando a primeira misse, que também foi assistida pelos indígenas, o Diabo fazia das suas, desviando a atenção dos membros da expedição portuguesa para a nudez acobreada das mulheres nativas.

Naquele tempo, o Diabo estava no apogeu de sua fama, respeitado e temido no mundo Inteiro, personagem central de tudo quanto ara lenda, estórias e crendices armazenadas desde o começo do mundo. Cada um respeitava o temia o chifrudo conforme o uso de sua província. No entanto, era generalizada a crença de que se alguém pronunciasse o nome do Diabo, ele poderia aparecer. Para que Isso não acontecesse, os portugueses inventaram apelidos para o Diabo, que eram uma maneira de enganá-lo.

Alguns apelidos nordestinos para o Diabo:
"Afuleimado", "Amaldiçoado'', "Arrenegado", "Barzabu", "Bicho-Preto", "Bruxo", "Cafuçu", "Canheta", "Capa Verde", "Diogo", "Diale","Diá", "Diacho", "Diangas", "Dianho", "Demo", "Satã", "Dedo", "Ele", "Esmolambado", "Excomungado, "Feio", "Feiticeiro", "Ferrabrás", "Futrico", "Gato-Preto", "Imundo", "Inimigo", "Lúcifer", "Mequetrefe", "Mal-Encaracio", "Mofento", "Não-Sei-Que-Diga", "Negrão", "Nojento", "Pé-de-Cabra", "Pé-de-Pato", "Peitica", "Rabudo", "Rapaz", "Sapucaio", "Sarnento", "Tição", "Tisnado", "Tinhoso".

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A fim de evitar que os homens pecassem tanto, missionários usavam, na catequese, o Diabo como arma poderosa. Pintavam seu retrato com cores fortíssimas, para que o impacto fosse ainda maior. Assim, o Diabo era preto, usava chifres, tinha o nariz adunco por onde expelia fogo e fumaça, os pés eram de pato, a cauda terminava em forma de seta, parecia um morcego, sua presença era sentida por causa do cheiro de enxofre que exalava e só andava com um espeto na mão. Às vezes, para melhor tentar os homens, disfarçava-se em animais, tomando a forma de um cachorro, de um porco, um bode, um gato ou outros bichos.

E porque Deus e o Diabo participam tanto da linguagem nordestina? Talvez a adversidade da natureza quase sempre madrasta e incerta, o trabalho duro do campo, a injustiça social, o abandono em que vive ainda o nordestino, também sejam responsáveis por essa angústia, por esse desespero. E foi assim que o "Diabo chegou ao Nordeste". Com muitos apelidos, com muita fama, respeitado, satirizado e temido.

Com informações da Revista Ele Ela


3 comentários:

  1. O nordestino sempre fala em diabo para em suas comparações:
    "Fulano é o cão em figura de gente" quando uma criança era muito levada eles sempre falavam essa frase.
    Quando uma pessoa era muito feia eles diziam:"É o cão chupando manga". Quando era uma pessoa ruim diziam: Fulano tem parte com o cão" e tantas outras citações que não me ocorrem no momento.
    Um aabraço,
    Dalinha

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  2. Ogrigado pelas sujestões! Já foram adicionadas na lista das locuções populares. Abraços.

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  3. eu fui atraido por isso cara eu fiquei um poko curioso .quando vi eu pensei isso :outro nome para o capeta putz gente o q é isso poxa.
    voi descobrir um outro nome do satanas.tchaunbeijos

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