08 abril 2008

Uma tarde de saudade

Por Chico Pedrosa

"Quem nunca viu o vento conversar com as folhas, e entrar nas brechas da porta, sutil, pesaroso e lento. No mais tocante momento trazer a suavidade, no bosque da solidade. Não sabe o quanto padece quem se desbruça na prece de uma tarde de saudade.

Pessoa nenhuma aquenta chamar por quem não responde na tarde em que o sol se esconde por trás da nuvem cinzenta, a saudade representa o monstro da solidão, de que em forma de dragão devora o peito de um pobre que morre mas não descobre quem roubou seu coração.

Perdia toda paciência... sentia os anos... os avanços sufocados entre os balanços da tempestade da ausência, na mais suave eloquência, seu doce nome eu chamava, naquilo o sol se ocultava... quanto mais ele dizia, mais meu coração doía, mais a saudade aumentava. Pensei na imagem sua... caminhando além dos passos pra delirar nos meus braços, na clara noite da lua, atraente, seminua... nessa solidão sem fim, respirei por entre os gritos, com seus cabelos compridos caindo em cima de mim.

Humildemente frustrado, chamei por ti toda tarde... chorando como um covarde que ama sem ser amado, olhando um manto azulado... a fase do céu tornando, a noite se aproximando... e o sol por detrás da serra, beijava a boca da terra parecendo eu te beijando. Por todo canto eu via a melancolia pálida, beijando a face pálida da sua fotografia a sim entre a noite e o dia eu recordava meu bem, por que quando a tarde vem é a hora mais aflita,mais negra, mais esquisita de quem recorda de alguém".

Conheça Chico Pedrosa

Declamações do poeta:
O Vendedor de Berimbau
O Filho da Excelência
A Rifa do Bode
Astúcia de Cabôco
O Planeta Agonizante



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