Rainha do Cangaço
(Dalinha Catunda)
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Maria Déa Nasceu
No dia oito de março,
Não era igual às outras,
E um dia sem embaraço,
Juntou-se a Lampião,
E foi viver no cangaço.
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Virou Maria Bonita,
Parceira de Lampião
Deixou a vida pacata
Para viver sua paixão
Entregou a Virgulino
Sem medo seu coração.
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Saiu pelas caatingas
Fazendo vadiação.
Era mulher corajosa,
Usava arma na mão.
Foi rainha do cangaço,
Seu rei era lampião.
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Em meio à violência,
Teve fim aquele amor.
Lampião foi alvejado
Num combate de horror,
Tantos tiros pipocaram
Que o lampião apagou.
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Maria vendo a desgraça,
Correu para socorrer.
Mas também foi baleada
E acabou por morrer,
Nos braços de lampião
Seu eterno bem-querer.
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Virgulino e seu bando
Tiveram um triste final
Após a morte, degolados
Num macabro ritual
E o fim de Maria Bonita,
Não deixou de ser igual.
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Salve Maria Bonita,
E sua cumplicidade.
Mulher de atitude
Buscando felicidade.
Amou e foi amada,
Apesar da brutalidade.
Muito bom esta poesia, como adimirador da cultura nordestina axo muito interessante nossa história !
ResponderExcluirComo nordestino pernambucano,tenho desde criança,verdadeira admiração pelo Capitão Virgulino, nosso Lanpião.Eu o considero um dos primeiros brasileiro a verdadeiramente se revoltar contra um sistema social perveso da quela epoca,que em muitos casos,não se difere muito do sistema de hoje.
ResponderExcluirParabenizamos a poetisa DALINHA CATUNDA pelo belo poema.
ResponderExcluirDesculpe-nos o sr. P. Teixeira, mas, como pesquisador do tema Cangaço e de outros temas a este relacionado, como a Literatura de Cordel, notamos que esta aura de herói de Lampião foi criada, basicamente, pelos nossos vates nordestinos... Quanto a sua 'possível revolta' não condiz com a realidade de sua atuação ao fazer do Cangaço seu meio de vida. Não foi o primeiro brasileiro a se revoltar contra o sistema... Foi, sim, um dos que soube usar o sistema daquela época em proveito próprio.
Kydelmir Dantas - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço - SBEC.
Mossoró - RN