16 setembro 2009

O Ipiranga do Pária


O Ipiranga do Pária
(Marco di Aurélio)

Era sete de setembro
no começo da tardinha
sai com minha patroa
fui comer uma galinha
e um fi de uma égua
aproveitou essa trégua
pra mexer no que eu tinha.

Um ladrão cabra safado
um sujeitinho fulêra
mexeu todas as gavetas
foi até na algibeira
foi pano pra todo canto
roubou a vela do santo
inda levou minha feira.

Sou um cidadão pacato
pagadozim de imposto
dinheiro que o Estado
me tira com tanto gosto
e na hora de um B.O.
me trataram de coió
dizendo que era encosto.

Encosto eu sei o que é
um governo incompetente
que não vence a bandidagem
e no fim desarma a gente
e um ladrão cabra safado
entra e sai de meu roçado
sorrindo mostrando os dentes.

Se vida inda tiver
um dia inda verei
uma limpa de roçado
a justiça e a lei
uma fila de ladrão
na beira de um valão
só esperando o têbei.


Um comentário:

  1. Lindo poema. Um retrato real do que passa a sociedade brasileira nos dias de hoje.
    Abraços.

    ResponderExcluir

Regras:
- O comentário precisa ter relação com o assunto;
- Para propostas de parcerias ou respostas sobre esse assunto, favor usar o Formulário de Contato.