25 maio 2009

Os eleitor brasileiro

Poesia matuta os eleitor brasileiro
(Raimundo Nonato da Silva)

Sô um eleitor matuto
Mermo sendo beradero
Quero pedir pru favor
Aos eleitor brasileiro
Meus zamigo pense bem
Nesta eleição que vem
Não troque o vorto em dinheiro

A política brasileira
Ou politiquinha cara
Quem compra o voto não deve
Quem se vende quebra a cara
É o fumo entrando e saindo
E os políticos serrindo
Da cara do babaquara

Com mandato e com diária
Tem é político inrriquecendo
Viaja as custa dos besta
Fico a mim mermo dizendo
Será se o povo da fé
Que de oté em oté
Os político tão vivendo

Carro elicopo avião
Telefone cerular
Tudo é as custa do povo
Onde é que o povo estar
Meu povo escute Raimundo
E não vorte em vagabundo
Que vive de inganar

Político rico não sabe
O que o pobe padece
Mais quando a eleição passa
O bestaão pobe esquece
Que se lascou notro ano
É quando dotor fulano
Ota vez li aparece

Outra vez entra no cano
A muié e o marido
Ganha uma chapa ou ócus
Para vortar no bandido
Em casa aprega retrato
Diz já tenha canidato
Dotor fulano equirido

Dotor fulano ganhando
Outra vez ele perdeu
Ele lembrou do dotor
O dotor dele esqueceu
Va vortar com quem não presta
Meu povo uma coisa desta
Não acontece com eu

Apanhar uma vez sim
Apanhar duas veis não
Ninguém mim pega duas veis
Vão caçar nim de avião
O chente ta doido bixim
Pra vim pidir voto a mim
Ói o dedim inrrolão

Vamo fazer a limpeza
Na cãibra municipá
Pru que não fazer também
Na sembléa estaduá
E para sê mais correto
Vamo a limpar pru completo
O planato federá

Eu mermo inté hoje não vi
Nem um politico que preste
Tem pobe besta enganado
No sertão e no nordeste
Sem ta querendo ser critico
Acreditar em político
O bicho besta da peste

Político da cara lisa
Mais lisa do que garrafa
Fais má robando a pobreza
Depois muto bem se safa
Meu povo abra seu zuvido
Quem vortar nesse bandido
Ta alimentano a mafa

Lascado está quem vortou
Com veriador fulano
Oto tolo se inganou
Com depetado siclano
E depois da esperança morta
Mim disse besta é quem vorta
Com o senador betrano

Vejo eisso todo ano
Mais o povo não tem jeito
Vorta in governo curruto
Pônhe ladrão pra ser prefeito
Vorta em quaquer infeliz
E depois que se lasca diz
Fis o serviço má feito

Depois do bandido eleito
Se esquece do miserave
Só no tempo da política
O dotor é agradave
Se esquece que é nobe
E vem pra casa do pobe
Falano com a voz suave

O pobezim muto umilde
Recebe com educação
Manda o sinveigonhe entrar
E li dar toda atenção
Cai na laba do dotor
E dis ingual o sinhor
Não tem mais nessa nação

Li ofrece xá com pãp
Cuscuis com leite e café
Cai no papo do safado
Meu Deus que pobe mané
Dis o dotor não tem farta
E tem pobe que só farta
Oferecer a muié

Zapragata japonesa
Ou um saco de cimento
Cinco dez quinze reá
Ganha naquele momento
Acha graça agradicendo
Ovino o dotor dizene
Alem de pobe é jumento

Se o canidato aparece
Já chega fazendo fita
Se ele for velho acha novo
E o besta vei aquerdita
E a muié pobezinha
Só caco maga e feinha
O político acha bonita

Chama Joaquina Ispedita
Pru que não sabe do nome
O trocha fais um aimoço
Convida o político e come
E depois que apolítica passa
O dotor ganha e acha graça
E besta morre de fome

Bem feito pra tu otaro
Va vortar com gente rim
Cadê teu dotor fulano
Pro que tu ta triste assim
Te comprou por um má preço
Te ingabelou no começo
Para se dar bem no fim

Você que é pobezim
Coitadim nem é lembrado
Também quem mandou sê besta
Vortar com cabra safado
Já viu rico ajudar pobe
Mais o bobo não descobre
Prefere sê inganado

Mais de cinqüenta pro cento
Dos eleitor brasileiro
Chega os político e li compra
Com um poquim de dinheiro
Finda o besta se lascano
E os políticos falano
Pobe é bicho beradeiro

Eu sou pobe mais não sou
Besta como os oto são
Não vorto em quem compra vorto
E nem vorto com ladrão
Pode aquerditar in mim
Quem vorta com gente assim
Apóia a corrupição

Mais nem todo tem noção
Do valor que o vorto tem
Se o povo conhecesse
Não dava o vorto praquem
Usa o pobe e abusa
Fais o bem pra meia duza
E pra todos não fais o bem

Inda tem pobe que briga
Pro político e leva pea
Olho fundo e fundo roxo
A carona inxada e feia
As macha no ispinhaço
O político no palaço
E o besta na cadeia

É o político serrindo
E o pobe sem consolo
O fumo entrando e saino
E é mermo fumo de rolo
O pobe diz eita diabo
Agora lascou meu rabo
Também pra que fui ser tolo

E a depois vem os bolo
De salaros atrasado
O fucionaro público
Deve muto no mercado
E sem o salaro em dia
Quem vende a meicadoria
Fica logo com cuidado

Passa um carão no coitado
Na frente de todo mundo
Diz vamo ver se me paga
Mané José ou Raimundo
E o pobre mal sastifeito
Diz acuipa é do prefeito
Que no paga a todo mundo

Sempre tem aiguem butono
A cuipa em cima de aiguem
O pobe vira veaco
E o prefeito também
O pobe é quem leva a caiga
E o prefeito não paga
Salaro certo a ninguém

Sim tem mais um também
Queu vou dizer a vocês
Tem prefeito que atrasa
Quato cinco ou nove mês
Finda o mandado devendo
E quem entra se defende
Das conta que o outro fês

O pobe nunca tem vês
O gari e o prefessor
Os guarda municipá
Vigilante e zelador
E o barredor de rua
Que sofrendo continua
Sem ninguém li dar valor

O salaro do prefeito
E do sequetariado
Dos veriador também
Todo mês vem bem contado
No do pobe ouve mudança
E ele sem esperança
Sempre recebe atrasado

Eu convido o eleitor
Formado ou anafabeto
Quando for vortar repare
Quem é errado ou correto
Se nós no fizer assim
Ota veis vorta no rim
E vamo0 sofrer direto

Dis ele o vorto é secreto
Mais eu vorto com dotor
Fui doente pro hospitá
E ele me medicor
Mim deu remédio e caxete
Merece inté um bufeto
Esse tipo de eleitor

Esquece que o dotor
Para isto está ganhando
enricando as costa dele
e o besta se lascano
e da segunda pra sexta
no monossílabo do besta
o dotor está butano

como tem gente enganada
como tem enganador
e tem besta que só sabe
vortar se for com dotor
de fora eu fico só vendo
de mim para mim dizendo
bicho besta é eleitor

diz só vorto com dotor
e fala que está filiz
e depois da eleição
O dotor não compre o que diz
E diz pobizim se acarme
Vós micê não inchega um paime
A frente do seu nariz

O pobe sai infiliz
Dizeno ou sorte sangrenta
Vortou tanto com o dotor
E o dotor só deu na venta
E fês mais uma careta
E disse assim seu caceta
Dessa vês ver se agüenta

E é assim desse jeito
A vida do pobezim
Leva um pontapé verbal
Da bonda para o fucim
E eu digo assim meu amigo
Você só leva castigo
Pru que vorta em gente ruim

A se você se lembrasse
Daquele tempo passado
Que pelo o mermo dotor
Você já foi inganado
Quando ele viesse atrais
Tu dizia satanais
Sai daqui cabra safado


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