Migrante
Sou das águas retiradas.
Sou do sertão nordestino.
Das caatingas desertei,
Lamentando meu destino.
Pois deixar o meu torrão,
Machucava-me o coração
Causando-me desatino.
Meu dialeto sagrado,
Era motivo de riso.
Era uma rês desgarrada,
Mas seguir era preciso.
Pedi a Deus proteção,
E virgem Conceição,
Para me dar mais juízo.
Não reneguei minha terra,
E jamais renegarei.
De ser filha do Nordeste,
Sempre me orgulharei.
Lamento até ter perdido,
Aquele sotaque antigo,
Que de lá eu carreguei.
Na minha casa nova,
Onde hoje brilha o chão,
Num canto especial,
Avista-se um pilão,
Em outro canto uma rede
Onde embalo com sede,
As saudades do sertão.
Tapioca com manteiga,
Não deixo de comer não.
Numa panela de ferro,
Faço um gostoso baião.
Cabeça de galo e mal-assada,
São iguarias apreciadas,
Com gosto de tradição.
Rezo pra são Francisco,
E padre Cícero Romão.
Pra proteger Ipueiras,
Meu pequenino rincão
Pois é lá minha ribeira,
Onde a linda carnaubeira,
Ao vento lança canções.
Eu vim sem querer vir
Fiquei sem querer ficar,
Mas um dia ainda volto,
A morar no meu Ceará.
Longe da terra amada,
Serei sempre ave arribada
Voando tentando voltar.
Sou das águas retiradas.
Sou do sertão nordestino.
Das caatingas desertei,
Lamentando meu destino.
Pois deixar o meu torrão,
Machucava-me o coração
Causando-me desatino.
Meu dialeto sagrado,
Era motivo de riso.
Era uma rês desgarrada,
Mas seguir era preciso.
Pedi a Deus proteção,
E virgem Conceição,
Para me dar mais juízo.
Não reneguei minha terra,
E jamais renegarei.
De ser filha do Nordeste,
Sempre me orgulharei.
Lamento até ter perdido,
Aquele sotaque antigo,
Que de lá eu carreguei.
Na minha casa nova,
Onde hoje brilha o chão,
Num canto especial,
Avista-se um pilão,
Em outro canto uma rede
Onde embalo com sede,
As saudades do sertão.
Tapioca com manteiga,
Não deixo de comer não.
Numa panela de ferro,
Faço um gostoso baião.
Cabeça de galo e mal-assada,
São iguarias apreciadas,
Com gosto de tradição.
Rezo pra são Francisco,
E padre Cícero Romão.
Pra proteger Ipueiras,
Meu pequenino rincão
Pois é lá minha ribeira,
Onde a linda carnaubeira,
Ao vento lança canções.
Eu vim sem querer vir
Fiquei sem querer ficar,
Mas um dia ainda volto,
A morar no meu Ceará.
Longe da terra amada,
Serei sempre ave arribada
Voando tentando voltar.
Dalinha é uma grande poeta e cordelista cearense. Ocupa cadeira na ABLC – Academia Brasileira de Literatura de Cordel. Conheça seu blog.
Adorei a poesia...
ResponderExcluirBEIJOS
LILI LARANJO
eu adorei apoesia
ExcluirMarcos, obrigado pela visita e comentário. Estou linkando o Cultura Nordestina no APOIO FRATERNO.
ResponderExcluirOlá Marcos,
ResponderExcluirAdorei a postagem e você mandou muito bem na ilustração.
Tomarei posse na ABLC dia 20 de setembro, ocuparei a cadeira 25 que tem como patrono Juvenal Galeno. Desde já, sinta-se convidado.
Nosso presidente, o senhor Gonçalo Ferreira da Silva, tem nos incentivado a divulgar o mundo do cordel. E ultimamente sinto que o movimento ganha um espaço maior.São pessoas como você que tem paixão pelas raizes nordestina que fazem esse movimento crescer.
Obrigada pela postagem, pelo apoio, pela cumplicidade.
Saudações nordestinas!!!
Dalinha Catunda
Gostei muito do espaço e dos escritos de Dalinha Catunda, com certeza ABLC estará em grande companhia...Meu lado nordestino falou alto aqui. Abraço Marcos
ResponderExcluirMarcos, coisa mais linda a poesia de Dalinha Catunda que, confessando minha ignorância, não conhecia.
ResponderExcluirAgradeço pelo comentário e pela visita ao meu blog.
Beijinho
Obrigada pelo convite para vir aqui.
ResponderExcluirGostei muito do poema da Dalinha Catunda, de grande sensibilidade e pureza, onde ela exalta o seu amor pela terra nordestina e onde sobressai o forte elo que a liga às suas origens, bem evidente na última estrofe:
"Eu vim sem querer vir
Fiquei sem querer ficar,
Mas um dia ainda volto,
A morar no meu Ceará.
Longe da terra amada,
Serei sempre ave arribada
Voando tentando voltar."
Vou linkar teu blog ao meu, mas antes agradeço as palavras de apreço que lá deixaste.
Um abraço.
Marco,
ResponderExcluirObrigada pela tua simpatica visita e aproveito para parabenizar pelo seu espaço poético ...!
Um Abraço da M&M & Cª!
PS: Considera-te "linkado"
Oi Marcos,
ResponderExcluirVim retribuir a visita e conhecer sua página.
Adorei, muito lindo!
Parceria aceita, estou levando seu link para lá, quando puder confira e pegue o meu.
Um abraço
Mary
obrigada por seu comentario em meu bloguinho,caro que vou add seu link,o conteudo e muito bom gostei muito do seu blog,tenha uma otima semana.
ResponderExcluirEu também sair do meu sertão mas voltarei um dia,com certeza votarei.Gostei do poema...
ResponderExcluirOlá Marcos...vim retribuir sua visita em meu blog, e também gostei muito daqui, cultura é o que não falta.
ResponderExcluirE quanto a parceria podemos firmá-la sim. Aguardo notícias. Grande beijo. Evelize
etou fazendo um trabalho da escola sobre cordéis, e esse é o q eu achei + legal. parabéns dalinha catunda
ResponderExcluirDo meu sertão Nordestino
ResponderExcluirPrezo sempre em falar
E Deus que me livre um dia
Ter que do Nordeste deserdar !
oi pessoal alguem sabe me dizer isto que eu adorei
ResponderExcluireu adorea a poesia quem enventou esta de parabens
ResponderExcluiradorei
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