Para homenagear os 471 anos da cidade de Recife, um soneto do poeta pernambucano Joaquim Cardozo, que foi eternizado com essa estátua às margens do Capibaribe.
Soneto Somente
Nasci na várzea do Capibaribe
De terra escura, de macio turvo,
De luz dourada no horizonte curvo
E onde, a água doce, o massapé proíbe.
Sua presença para mim se exibe
No seu ar sereno que inda hoje absorvo,
E nas noites com negridão de corvo,
Antes que ao porto do céu arribe.
A lua assim só tenho essa planície...
Pois tudo quanto fiz foi superfície
De inúteis coisas vãs, humanamente.
De glórias e de alturas e de universos
Não tenho o que dizer nestes meus versos:
- Nessa várzea nasci, nasci somente.
Soneto retirado da publicação de hoje do Jornal da Besta Fubana
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