05 novembro 2007

A Tapioca de Dona Alacarte

Um dia desse fui encher o bucho no restaurante de uma tal de “Alacarte”, em Brasília Teimosa. Eu sei que um sibito baleado me serviu uma tapioca pelando, com uma pinça de gelo. Só que a bicha era de pano (?).

Depois um zambeta enxerido (todo afrescalhado) me arrudeou, com um par de tábua escrevinhada com nomenclatura. Mas só vi comê de mulher: estrogonofe, lasanha, pirê... Nem cuscuz com charque, nem chambaril com macaxeira, nem pirão de jerimum, nem buchada de bode, nem feijão de côco com quibebe, nem panelada de tatu peba, nem titela cevada de galinha à cabidela, nem baião-de-dois e nem sopa de cabeça de peixe.

Findei foi escolhendo uma carne verde. Só que a danada chega veio pinicando, no meio de um fogo que saia debaixo de um flande. Quase que torro o dedo e sapeco a toalha da mesa assoprando, mas a labareda só alteava. Uma agonia da miséria!

E o acompanhamento era sem sustança. Um tiquinho de arroz, uma folha de coentro em riba e meia tomate de banda. E o feijão? E a garrafa de farinha? E o ovo frito? Não tinha nem palito (pra mode o asseio higiênico dos dentifrícios bucais).

Mas o pior foi a sobremesa. Só uma cuinha de uma pasta de marmelada (mareada feito o créu). Nada de queijo coalho com mel de engenho, nada de laranja com açúcar e nada de bolacha de Maragogi com doce. Pedi a conta emburrado, paguei uma maçaroca de cédula (ainda dei um agrado) e fui pra casa com uma fome da pichilinga!

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