Os repentistas e as desgarradas, tiveram origem nos trovadores da corte, quando as suas obras começaram a ser absorvidas pelo povo. Nasceu, então, uma classe de trovadores populares que viviam animando festas e romarias com os seus cantares. Davam-lhe um mote e ele compunha, de improviso, quadras quase sempre brejeiras ou com crítica social. Inicialmente, era só um elemento mas a necessidade de encontrar conteúdos, fez com que, em breve, andassem aos pares. Assim, um podia dar ao outro o mote para a próxima quadra.
Daí nasceu a designação de "Desgarrada" ( por ser imprevisível ) e de "cantigas-ao-desafio" ( por ser uma luta de palavras). Com o passar do tempo, esses repentistas também se modernizaram e hoje não se fazem acompanhar só de viola. Se pitou curiosidade de saber como feito o repente em Portugal é só conferir.
Convite à Desfolhada
(Domínio Popular)
Há dias fui convidado
Para ir a uma desfolhada
Para cantar e dançar
Pôr toda agente animada
Eu, também, fui convidado
Para ir desfolhar as espigas
Muito bem acompanhado) repete
Por bonitas raparigas
Foste convidado, sim,
Disso eu sou testemunha
Lá só havia homens
Mulheres não vi nenhuma
Meu Deus, que grande mentira!
Não sei porque és assim
Estava tudo zangado
Por elas só me quererem a mim
Só por seres mentiroso
Quem mente tem pouca sorte
As mulheres na desfolhada
Eram todas de saiote
Eu até me matava
Ai, se fosse como tu
Eu a desfolhar as espigas
E tu a metê-las no cesto
Estavas bem acompanhado
Mas que rico par, tão belo
De tanto escumares a espiga)repete
Ainda estás amarelo
Da espiga nasce o milho
Do milho se faz farinha
Não queiras experimentar
Uma espiga como a minha
Acabou a desfolhada
Depois de muito cansaço
Terminou a desgarrada
Quero te dar um abraço.
Eu, também, lhe mando.
(Domínio Popular)
Há dias fui convidado
Para ir a uma desfolhada
Para cantar e dançar
Pôr toda agente animada
Eu, também, fui convidado
Para ir desfolhar as espigas
Muito bem acompanhado) repete
Por bonitas raparigas
Foste convidado, sim,
Disso eu sou testemunha
Lá só havia homens
Mulheres não vi nenhuma
Meu Deus, que grande mentira!
Não sei porque és assim
Estava tudo zangado
Por elas só me quererem a mim
Só por seres mentiroso
Quem mente tem pouca sorte
As mulheres na desfolhada
Eram todas de saiote
Eu até me matava
Ai, se fosse como tu
Eu a desfolhar as espigas
E tu a metê-las no cesto
Estavas bem acompanhado
Mas que rico par, tão belo
De tanto escumares a espiga)repete
Ainda estás amarelo
Da espiga nasce o milho
Do milho se faz farinha
Não queiras experimentar
Uma espiga como a minha
Acabou a desfolhada
Depois de muito cansaço
Terminou a desgarrada
Quero te dar um abraço.
Eu, também, lhe mando.
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