26 junho 2007

Viagem a Cebu, Filipinas


Por Cristina M
öller

Bem, falando do princípio... E do passado, nossa viagem a Cebu foi muito bacana. Confesso que fiquei um pouco chocada com a pobreza em Manila. Nosso Brasil se torna 1°mundo. Verdade, vc não pode imaginar o número de crianças pedindo esmolas nas ruas e na frente do Hotel. Tentamos sair uma vez à pé, mas foi impossível. Fomos cercados e mal podíamos andar. As ruas são imundas, muito lixo, pobreza. Deu dó, muito.

Para piorar a situação, muitas favelas são construídas sobre palafitas na beira de rios e canais que desaguam no mar. Não há saneamento básico, nada, apenas o lixo boiando. Como aquelas pessoas sobrevivem às doenças? Já havia escutado falar do tráfico humano e a busca pelo turismo sexual nas Filipinas, mas a realidade é assustadora. Há vários estrangeiros, inclusive muitos japoneses, desfilando com mocinhas, às vezes crianças.

Quando fiquei na lista de espera para conseguir a passagem até Cebu, perguntei o porquê de tanta procura. A agente respondeu que primeiro pela alta estação e segundo que os homens japoneses dão preferência ao país para se "divertirem". No final de dezembro o país foi castigado por tufões e isso piorou um pouco a imagem da cidade.

De Manila a Cebu é rapidinho. Pensei que íamos em um aviãzinho Teco-teco, mas que nada, era um boeingão! Posso até chutar que era maior do que o que saiu do Japão. Chegando ao aeroporto em Cebu, fomos recebidos pelos funcionários do hotel e encaminhados ao ônibus. Estava chovendo. Mais outra surpresa, fora o motorista havia um segurança fardado apenas para nos escoltar.

Cebu é uma ilha encantadora, formada por outras pequenas ilhas e com muitas atrações e pontos turísticos. Mas desta vez, resolvemos apenas descansar e aproveitar as comodidades oferecidas pelo hotel. Nosso refúgio foi a ilha de Mactán. Logo na entrada do hotel, guaritas com vários seguranças, páram o ônibus, um deles entra e confere a lista de hóspedes. Cachorros contornam o veículo e passam um rastreador de metal. Tudo Ok, seguimos viagem. Antes de chegar ao lobby, mais guardas, desta vez feminino para apalpar as mulheres.

Segurança vem com o cachorro e cada hóspede com seus pertences passa na revista. Mais detector de metais. Depois de tudo isso, temos permissão para entrar no hotel. Daqui a alguns dias, mal sabia que passaria por tudo isso outra vez, apenas para entrar em um Shopping Center! Isso mesmo, fomos em 2 e a regra é a mesma.

Toda essa segurança se resume as ameaças de ataque terrorista. Coincidentemente poucos dias antes da nossa chegada, seria realizada a reunião da cúpula da Associação de Países do Sudeste Asiático (Asean), a qual foi adiada. Infelizmente toda a população "paga" pela atuação de grupos terroristas entre eles, o grupo baseado na Indonésia Jemaah Islamiyah e dois grupos filipinos, o Abu Sayyaf e o Moro Islamic Liberation Front, principalmente aquelas pessoas que vivem apenas do turismo.

Sempre existe o outro lado da moeda, e a parte boa é que os filipinos são extremamente alegres e carismáticos, um povo encantador. Adorei a culinária, Existe uma variedade grande de comidas típicas (sinigang, adobo, relyeno, pakesin, etc), podendo a mesma ser considerada como um apanhado das melhores receitas de origem espanholas, malacia, chinesa e americana, dando um caráter próprio filipino.

Os pratos com frutos do mar são largamente utilizado, são típicos e delicados e não tem a condimentação das demais cozinhas asiáticas, excetuando-se as especialidades dos Bicolanos, llongos, llocanos, Cebuanos, Capampangan, árabes, e chineses. Provei o Sinigang, uma sopa feita com legumes, carne, camarões ou peixes. O Kare-Kare, é outra comida filipina feito de pedaço de carne cozida e legumes em molho de nozes.

Como não sou fã de carne de porco, deixei passar o Lechon, um porco inteiro, recheado com folhas e tostado no fogo, prato de resistência de qualquer celebração filipina, serviço principalmente nas festas. Para minha maior alegria, minha bebida preferida tinha de sobra. Me esbaldei na água de côco. Matei saudade de várias frutas, inclusive saputi e goiaba.

O mar de Cebu é cristalino e calmo. A temperatura da água é a mesma das praias do Nordeste, maravilha. O mais incrível foi desfrutar de mergulhos e ter tão próximo um aquário natural. Vi espécies de peixes tão diferentes... Um Nemo veio na palma da minha mão! E os corais? Lindos. A maior diversão para crianças e adultos é alimentar os peixes. São inúmeros!

Na virada do ano, o hotel ofereceu uma big festa. Teve palco, música ao vivo, buffet, coqueteis e até champagne. Fomos vestidos de branco e dançamos muito. Resumindo, foi uma viagem maravilhosa.



4 comentários:

  1. Interessante relato, parabens.

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  2. Interessantíssimo esse relato da querida sobrinha Cristina sobre sua viagem a Cebul Filipinas. Se o conteúdo já é por demais interessante, a narração é primorosa.

    Parabéns.

    Sérgio Franco, Salvador/Ba.
    Em tempo : adorei o Blog já que sou fissurado por "Cultura Popular".

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  3. olá! tenho vontade de conhecer cebu e o seu texto me ajudou muito!

    mas confesso que me deu medo! sabia que era preciso tomar cuidado, só não imaginei que fosse tanto! ó céus!

    de qualquer maneira, adorei o texto (^o^)/

    ps: também sou blogueira. quando tiver um tempinho, passa lá no meu japão: http://japao100.abril.com.br/blog_meujapao/

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  4. Olá Karina, que bom que o artigo tenha ajudado, entretanto, o texto é da Cristina Möller - minha cunhada - que mora a ha 10 anos em Yokohama. Trabalhar como jornalista no Japão deve ser uma tarefa desafiadora em! Visitei seu blog e achei muito interessante. Já entrou em minha lista lá na seção de parceria. Essa troca de cultura e costumes e sempre bem vinda.

    Obrigado e abraços.

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